Para muitos especialistas, o Brasil perde cerca de R$ 7,4 bilhões por ano por falta de investimentos em manutenção, fiscalização e atualização de redes antigas de abastecimento de água para impedir vazamentos, ligações clandestinas – conhecidas como "gatos" – e erros de medição.
Segundo cálculos, do total de R$ 7,4 bilhões, R$ 4,4 bilhões são recuperáveis com medidas de gestão e investimentos. Os especialistas afirmam que "as empresas brasileiras estão perdendo dinheiro", ressaltou, acrescentando que há um limite para recuperação das perdas. Há um momento em que o custo para redução da perda é maior do que o resultado.
Obras novas
O cenário é reflexo da cultura brasileira de investir na construção de obras novas, o que foi estimulado na primeira etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e ignorar os sistemas já em funcionamento.
Segundo Leodegar Tiscoski, o catarinense que é secretário nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, várias empresas de água têm o chamado Índice de Perdas de Faturamento acima de 70%, segundo dados do SNIS de 2008. O ideal seria, segundo ele, que esse número não fosse superior a 20%. A média nacional está próxima dos 40% de tudo o que é produzido.
Leodegar explicou que a primeira etapa do PAC focou investimentos em obras, mas a preocupação do governo é também com a sustentabilidade do sistema no longo prazo. O ajuste será feito no PAC 2 com a criação de uma linha de crédito específica para financiar programas de diminuição das perdas e desperdícios.
Crédito do PAC
O Governo Federal pretende criar na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) uma linha de crédito de R$ 2 bilhões para ajudar Estados e municípios a reduzirem o índice de perda de água em suas empresas que prestam serviços de saneamento básico.
Segundo o secretário Leodegar Tiscoski, “Nossa preocupação não é só com a execução das obras. É preciso pensar na manutenção dos sistemas atuais, no dia a dia, na sustentabilidade. Senão, um aterro sanitário, por exemplo, acaba se transformando em um lixão”, explicou o secretário.
A avaliação de alguns técnicos é de que priorizar uma cidade com uma situação intermediária, ou seja, que já apresenta algum tipo de preocupação com perdas, pode trazer resultados positivos com mais rapidez.
Emasa nos padrões
A Emasa está dentro dos parâmetros colocados pelo Ministério das Cidades e já prepara os projetos de financiamentos do PAC para a expansão do serviço de abastecimento de água e da rede de esgoto, inclusive nas praias agrestes. O total dos financiamentos passa dos R$ 30 milhões. Balneário Camboriú é das poucas cidades de seu porte demográfico e econômico que adotou a diretriz, fixada pela Prefeitura, de atacar com prioridade a implantação de rede de abastecimento de água e esgoto onde os sistemas não chegavam ou chegavam de modo precário. Além de ampliar a capacidade de tratamento de água e esgoto.
A nova ETA – Estação de Tratamento de Água – garantirá acrescer ao sistema um volume que fará alcançar a produção de 1.200 litros por segundo até 2012, dos quais 300 litros serão ofertados ao município de Camboriú.
A captação já tem capacidade para gerar 1.200 litros por segundo, porém o tratamento não comporta este volume. Na alta temporada, o volume máximo possível é de 900 litros por segundo, suficiente para garantir tranquilidade aos moradores e turistas. No verão de 2009/2010, Balneário Camboriú, por causa dessas medidas, foi uma das poucas praias do Estado que não sofreu qualquer tipo de problema de falta de água, fato repetido em 2010/2011.
Na rede de esgoto, a ampliação do sistema já atingiu 60 mil metros entre 2005 e 2010, dos quais metade entre 2005 (época de início das atividades da Emasa) e 2008 e o restante entre 2008 e 2010, neste último período, na atual gestão administrativa, abrangendo bairros e inúmeras ruas em que o serviço não existia, como a Praia dos Amores, Vila Real e Iate Clube e várias ruas do Bairro dos Municípios, ao longo do eixo da Quinta Avenida.
Segundo o prefeito Edson Piriquito “a meta é dotar a cidade de um sistema eficaz e total de abastecimento de água e esgoto, prioridade absoluta de nossa administração, pois entendemos que nenhum progresso é viável sem isso”.
Prefeitura de Balneário Camboriú
Assessoria de Imprensa
EMASA – Empresa Municipal de Água e Saneamento
Texto: Aderbal Machado - Assessor de Imprensa